^

A reforma trindentina e a música no silêncio claustral: o mosteiro de S. Bento de Cástris

Praxis Musical



Música e Cantora

Antónia Nunes fora criada de D. Leonor, mulher de D. João II. Tocaria diversos instrumentos e também era uma excelente cantora. Entrou para o mosteiro provavelmente depois da morte da rainha, em 1525.

“(...) que fora criada da Rainha D. Leonor, molher delRei D. Joam 2º e della fora mto estimada, porq. Além de ser destrissiama em todo o género de instomentos, tinha huma voz tam suave, e cantava tam docemente, q. representava na terra as músicas celestiais. Resolveose a deixar o mundo e recolherse neste convento, não sei se antes, se despois da morte da Rainha. (...)”

Fonte: B.P.E., COD. CXXX/1-11, P. Manuel Fialho, Évora Illustrada, Tomo IV, 1ª Parte, Fls. 19v., 20.
Cantora-mor

Data de entrada no mosteiro: 20.06.1550

Pai: Gaspar Pacheco

Mãe: D. Violante Oliveira

Proveniência: Não indicada

Seu pai, Gaspar Pacheco, era Fidalgo da Casa Real e provedor das Rendas do reino. No dote, seu pai doava 10.000 réis de tença "delRey"/ano, de tença vitalícia; mais pitanças de noviciaria e profissão. O contrato especifica depois que após a profissão lhe dará padrão e tença citada, o qual tinha no Almoxarifado de Évora. O pai, no final do contrato, renunciaria nela ao padrão quando ela professasse, conforme provisão régia.

Fonte: AD.E., Livro 25, fl. 86
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 24.10.1588

Pai: António Coelho

Mãe: Maria Manoel

Proveniência: Évora

Seu tio, o Dr. Manuel Mendes, Prior da Igreja de Santiago, é que celebra o contrato. Não chegando a fazenda e legítima de Inês para o dote, o tio comprometia-se a pagá-lo, obrigando seus bens e em especial os frutos e rendimentos dos benefícios que possuía. As religiosas obrigam-se a fazer-lhe profissão, na presença do procurador-geral do mosteiro, Frei Roberto da Graça, e do feitor, Frei João de Andrade.

Fonte: B.P.E., Livro 29 Fundo S. Bento, Fl. 138v.
Música e tangedora

Data de entrada no mosteiro: 18.12.1589

Pai: Paulo Garcia

Mãe: Maria Cordeira

Proveniência: Évora

O Padre António Cordeiro, beneficiado e bacharel da Sé de Évora, celebra contrato com as religiosas para receberem a sobrinha no mosteiro, orfã de pai e mãe: "(...) e pera em elle viver continuar e Rezidir em todos os dias de sua vida como cada uma das outras freiras assim no espirituall como no temporall tee ora de sua morte segundo fforma e estatutos da sua Regra e ysto tambem pellas muytas partes que a dita domingas cordeira tem assim de musiqua como tamger e que tanto que no dito moesteyro emtrar elle dita domingas cordeira lhe lemcarão seu abito de nuvicia com toda sua sirimonia e maes lhe farão sua profisão em fim do anno da probaçam.(...)" António Cordeiro daria de pitanças a cada religiosa um cruzado quando a sobrinha entrasse no noviciado e outro quando professasse, e além dissso: "(...) todos os estormentos que ella tamge e livros necessarios pera ella camtar.(...)" A futura religiosa tocava, pois, diversos instrumentos, sendo que ainda possuía livros adequados ao canto.

Fonte: B.P.E., Livro 29 Fundo S. Bento, Fl. 21v.
Cantora.

Data de entrada no mosteiro: 23.1.1597

Pai: Manuel de Vasconcelos

Mãe: Luísa de Vilhena

Proveniência: Évora

Procurador do pai: Manuel Nunes

Entrou no mosteiro com mais duas irmãs. Segundo Felgueiras Gaio, teriam tido uma tia, D. Madalena de Ataíde, monja no mosteiro. Provisão régia, de Filipe II, para a renunciação das legítimas da mãe a troco de 1000 cruzados. O Padre Geral, Frei Francisco de Santa Clara, concorda. O pai encontrava-se, na altura, na Corte de Madrid. Miguel Godinho, também testemunha, pertencia à Casa de D. João de Bragança.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, fl. 45.
Cantora.

Data de entrada no mosteiro: 23.1.1597

Pai: Manuel de Vasconcelos

Mãe: Luísa de Vilhena

Proveniência: Évora

Procurador do pai: Manuel Nunes

Entra com duas irmãs, D. Violante e D. Maria. Segundo Felgueiras Gaio, teriam tido uma tia, D. Madalena de Ataíde, monja no mosteiro. Provisão régia, de Filipe II, para a renunciação das legítimas da mãe a troco de 1000 cruzados. O Padre Geral, Frei Francisco de Santa Clara, concorda. O pai encontrava-se, na altura, na Corte de Madrid. Miguel Godinho, também testemunha, pertencia à Casa de D. João de Bragança. Felgueiras Gaio aponta apenas duas irmãs, Violante e Maria; Alão de Morais apenas uma filha do casal, D. Violante.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, fl. 45.
Cantora.

Data de entrada no mosteiro: 23.1.1597

Pai: Manuel de Vasconcelos

Mãe: Luísa de Vilhena

Proveniência: Évora

Procurador do pai: Manuel Nunes

Entrou com duas irmãs, D. Violante e D. Maria.

Segundo Felgueiras Gaio, teriam tido uma tia, D. Madalena de Ataíde, monja no mosteiro. Provisão régia, de Filipe II, para a renunciação das legítimas da mãe a troco de 1000 cruzados. O Padre Geral, Frei Francisco de Santa Clara, concorda. O pai encontrava-se, na altura, na Corte de Madrid. Miguel Godinho, também testemunha, pertencia à Casa de D. João de Bragança. Felgueiras Gaio aponta apenas duas irmãs, Violante e Maria; Alão de Morais apenas uma filha do casal, D. Violante.

Entrou com as irmãs, nas mesmas condições (renunciação de legítimas de pai e mãe, tendo recebido por isso, como as irmãs, 1000 cruzados, e mais 1000 para, partilhado com as irmãs, se comprarem 4 moios de trigo de renda para se alimentarem enquanto não professassem).

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, fl. 45.
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 18.05.1601

Pai: Martim Cota Falcão

Mãe: D. Bernarda de Figueiredo

Proveniência: Não indicada

Menor de 25 anos, D. Paula pediu ao Juiz dos órfãos que, para professar, tem que fazer contrato de dote com o mosteiro de 1000 cruzados, e que a família a impede de seguir a vida religiosa. Em 1625, D. Paula de Almeida era abadessa, e além das deputadas, cantora-mor, mestra de noviças, sacristã, porteiras, gradeiras, bolseiras do dinheiro da Ordem, tulheiras, celeireira, mestra do forno, enfermeira, feitoreira, hospedeira, temos ofícios citados especificamente para o seu abadessado, como o de bolseira das caridades religiosas e uma Mestre de Cantochão, Maria de Villalobos, num período em que o mosteiro contava com grande número de religiosas.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, fl. 104; B.P.E., Cód. CXXXI/2-21.
Tangedora e música de baixão, tecla e harpa.

Data de entrada no mosteiro: 1.12.1609

Pai: Gaspar Botelho Pestana

Mãe: Helena Mendes Raposa

Proveniência: Lisboa

Procurador do pai: P. Frei António Rodrigues Coveiro (Ordem de Cristo)

Os seus pais eram moradores à Cordoaria Velha, em Lisboa.

Irmã de Isabel de Jesus, estavam em idade para tomara a mantilha. O pai disse estar concertado com as religiosas, com um dote baixo (100.000 réis), devido às suas habilidades e serem grandes tangedoras e músicas de baixão e tecla e harpa. É tresladada ainda uma memória, em que os pais dizem que não davam nem alimentos, nem cera, nem cama, só os dotes, e o enxoval - que tornariam aos pais se não professassem.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-1, Fl. 188v
Tangedora e música de baixão, tecla e harpa.

Data de entrada no mosteiro: 1.12.1609

Pai: Gaspar Botelho Pestana

Mãe: Helena Mendes Raposa

Proveniência: Lisboa

Procurador do pai: P. Frei António Rodrigues Coveiro (Ordem de Cristo)

Os seus pais eram moradores à Cordoaria Velha, em Lisboa.

Irmã de Clara de Santo António, estavam em idade para tomara a mantilha. O pai disse estar concertado com as religiosas, com um dote baixo (100.000 réis), devido às suas habilidades e serem grandes tangedoras e músicas de baixão e tecla e harpa. É tresladada ainda uma memória, em que os pais dizem que não davam nem alimentos, nem cera, nem cama, só os dotes, e o enxoval - que tornariam aos pais se não professassem.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-1, Fl. 188v.
Tangedora de tecla e música.

Data de entrada no mosteiro: 7.1.1610

Pai: João de Rendas

Mãe: Não identificada

Proveniência: Lisboa

O pai decidiu recolher a sua filha no mosteiro, querendo ela professar " e ser freira professa por suas habilidades e tanger de tecla e de musica". Fl. 177. Assim, o dote foi reduzido (150.000 réis), tendo as freiras obtido licença do Geral, pois precisavam de músicas no mosteiro.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, fl. 176v.
Órgão e Baixão.

Data de entrada no mosteiro: 12.03.1637

Pai: Manuel Rodrigues Faia

Mãe: Brites Faia

Proveniência: Évora

O abade Geral, Dr. Frei António Brandão, diz que por haver lugares vagos em S. Bento se deveria receber Fabiana, " por nos constar sua limpeza". Fl. 295 Dote reduzido (150.000 réis), " avendo respeito as muitas partes que há dita fabiana faya tem de muziqua e tangedora de horgam e de outros estromentos que tudo há em proveito ao dito convento." Fl. 299v. As religiosas e o pai disseram que Fabiana " tange bayxo no qual tangera no dito convento todas as vezes que forem necessarias e per esa Rezam aseytar com ho dito dote de 150.000 reais". Fl. 300

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2. Fl. 298v./300
Cantora e tangedora.

Data de entrada no mosteiro: 16.12.1638

Pai: Diogo Lopes de Carvalho

Mãe: D. Ana de Castro

Proveniência: não mencionada

D. Mécia de Sá, viúva de Luís Lopes de Carvalho, chanceler do Reino, sua avó, é a dotadora. Como segurança do pagamento do dote, apresentava documento assinado por D. Afonso de Portugal, conde de Vimioso, que o pagaria se ela não o fizesse. Para aceitação, com dote reduzido (200.000 réis), já havia Licença do Abade Geral, Frei Remígio, e Breve de Sua Santidade, sendo este processo da responsabilidade de Ana de Sá, sua tia no mosteiro, e que desde pequena aí a criara: " (...) com quem ela sopplicante [Ana de Sá] tem gastado muito em a mandar emsinar a cantar e tanger arpa com que tem servido e serve autualmente no coro paguando sempre sua comedia ao mosteiro".Fl. 314v. Como não pode recorrer ao seu pai, porque tem muitos filhos, pedia à Abadessa e aos Padres do Definitório para a receberem no mosteiro com meio dote, pois havia muitos lugares vagos no mosteiro.

No seu contrato de dote é citada Isabel Pacheca, na altura cantora-mor no mosteiro.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, Fl. 313.
Cantora e harpista

Data de entrada no mosteiro: 17.01.1639

Pai: António Abreu de Vasconcelos

Mãe: Domingas de Sampaio

Proveniência: Lisboa

O dotador é o padrasto, António Nunes Espínola, cantor na Capela d’El Rei em Lisboa. As freiras já a tinham posto a votos na forma dos Estatutos e Regras da sua Ordem e da Patente do Abade Geral. Já estava recolhida no mosteiro, e faz contrato como religiosa de véu branco (conversa).

" Diz Joana de Abreu mossa nobre orfam e cristam velha de pay e mai recolhida no mosteiro por Breve de Sua Santidade que ella sendo muito pobre ajuntou pera dotte de freira conversa 150000 reais que tem emprestado à Ordem desde Junho e tem fora deste dinheiro pera as propinas das Religiosas e cera da Samcristia e se quer sustentar a sua custa o anno de noviciado, e por sua muita pobreza lhe querem fazer merce assim a madre dona abadessa como as mais religiosas de a aceitarem pede a Vossa Reverendissima e mais Padres do Definitório queirão pello amor de nosso senhor concederlhe licemça para a tomarem em capítulo sem embargo de alguns estatutos que aja contra a quitta dos dottes e Recebera merce e esmolla".

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, Fl. 316
Música e tangedora.

Data de entrada no mosteiro: 25.04.1648

Pai: Miguel Pinto da Fonseca

Mãe: D. Mécia de Moura

Proveniência: Lisboa

Tal como a irmã, entrada no mesmo dia, D. Úrsula de Moura, entraram sem dotes, pagando os pais apenas as propinas ordinárias, com Licença do Padre Geral, Frei Batista de Meneses, dada em Alcobaça em 2 de Março de 1648:

"(...) por nos constar da llimpeza de sua geraçam e nam terem nenhum impidimento contra nosas definissois e outrosim lhe damos Licenssa pera com as Rellegiozas pondose a votos as poderem tomar sem dottes pagando sso as propinas per serem muziquas e tangedoras de que a ditta Caza tem nesessidade."

As religiosas aceitam, dizendo delas terem necessidade dados os seus conhecimentos em música, abrigando-se a fazer-lhes profissão, sustentá-las e a comunicarem-lhes tudo o costumado, como às mais religiosas.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 299
Música e tangedora.

Data de entrada no mosteiro: 25.04.1648

Pai: Miguel Pinto da Fonseca

Mãe: D. Mécia de Moura

Proveniência: Lisboa

Tal como a irmã, entrada no mesmo dia, D. Joana de Moura, entraram sem dotes, pagando os pais apenas as propinas ordinárias, com Licença do Padre Geral, Frei Batista de Meneses, dada em Alcobaça em 2 de Março de 1648:

"(...) por nos constar da llimpeza de sua geraçam e nam terem nenhum impidimento contra nosas definissois e outrosim lhe damos Licenssa pera com as Rellegiozas pondose a votos as poderem tomar sem dottes pagando sso as propinas per serem muziquas e tangedoras de que a ditta Caza tem nesessidade."

As religiosas aceitam, dizendo delas terem necessidade dados os seus conhecimentos em música, abrigando-se a fazer-lhes profissão, sustentá-las e a comunicarem-lhes tudo o costumado, como às mais religiosas.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, fl. 299
Canta e tange harpa.

Data de entrada no mosteiro: 19.10.1650

Pai: Manuel Rodrigues

Mãe: Joana Coelha

Proveniência: Évora

Procurador: P. António Rodrigues Vilalva

O procurador era seu irmão, beneficiado curado na paroquial de S. Mamede e Mestre de Capela na Sé Metropolitana de Évora. Estava Isabel no convento com Licença do Reverendíssimo, Dr. Frei Luís de Sousa, dada em Arouca. Deveria entrar para freira de véu e Coro, e havia de se chamar Isabel Batista. Entraria sem pagar dote:

" (...) por suas partes de camtar e tanger arpa tudo mui destramente e com condissão que sempre camtara e tangera a dita arpa e emcinara as mais Religiosas que quiserem aprender assim a cantar como a tanger arpa graciosamente todas as vezes que a obediencia lho mandar e somente dara ao ditto moesteiro e freiras delle de ordinarias assim da entrada como da profissão setenta e seis mil reis em dinheiro de contado e não dara mais nada nem de legitimas de seus pais e avendoas nem herdara ella nem o ditto mosteiro conta algua." Fls. 1v, 2.

Por ser cantora, harpista e música, teve desconto no dote, ficando porém com a obrigação de ensinar a quem da comunidade quisesse aprender

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-1, doc. 15; B.P.E., Livro 17 Fundo S. Bento, Peça 66.
Organista.

Data de entrada no mosteiro: 02.09.1651

Pai: Domingos da Costa da Silva

Mãe: Inês Mendes

Proveniência: Setúbal

As religiosas apresentam Licença do Reverendíssimo Padre Geral, Frei Gerardo Pestana, dada em Lisboa a 26 de Junho de 1651, e onde consta: "(...) com dote de duzentos mil reis entrando nelles o mesmo dotte E propinas ordinarias das Religiosas e freiras do mosteiro ficando seu irmão obrigado a encinala a tanger orgao conforme se obrigou na pitição(...)".

Os 200.000 réis englobavam, pois, dote, ordinárias e propinas, comedias do ano de noviciado: "(...) com condissão e declarasão que a dita novisa sera obrigada a cantar sempre enquanto viver todas as veses que lhe for mandado pela obediencia e Ele manuel da silva seu irmão se obrigou por este publico estromento encinala a tanger orgão de modo que seja destra.(...)".

Quem celebrou o contrato foi Manuel da Silva, irmão da noviça, como Procurador da mãe, que ficava também obrigado a ensiná-la a tocar órgão.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 338.
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 14.08.1654

Pai: Diogo Rodrigues de Mesas

Mãe: Maria Soares da Silva

Proveniência: Évora

Seu pai, Cantor na Sé e mercador na Praça do Peixe, era também Procurador Geral do Assento. Disse estar concertado com as religiosas, para no mosteiro meter as filhas, "(...) Isabel Soares que se ade chamar Isabel Maria e a Lucia de Mesa que outrossim se ade chamar Luiza Ilena". Fl. 3 Doou ao mosteiro, além dos dotes, 100.000 réis em dinheiro, de que fazia graça ao cenóbio para suas necessidades. Em documento de 1656, dois anos depois da entrada das duas filhas, a mulher morreu, e são feitas partilhas pela morte da mãe; além das duas monjas em Cástris, o casal tinha mais 7 filhos ( Rui, 17 anos; Simão, 11 anos; João, 10 anos; Domingos, 8 anos; Catarina, 7 anos; Beatriz, 3 anos e Mariana, que morrera já depois da mãe). A Isabel Maria da Silva (nome no mosteiro de Isabel Soares), na altura já professa com 16 anos, nada coube, pois o dote entrou em colação; a sua irmã Luísa Helena, na altura com 9 anos, o pai entregou ao Procurador do mosteiro 426.933 réis em dinheiro. Em 1657, entrou no mosteiro outra irmã, Catarina Francisca, e foram as três alvo de processo inquisitorial e condenadas por práticas judaicas; alguns dos irmãos morreram no cárcere da Inquisição ou em autos-de-fé.

Fontes: B.P.E., Cód. CXXXI/2-1, doc.17; B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 410v. B.P.E., Livro 22 do Fundo de S. Bento, Peça 11.

Michèle Janin-Thivos Tailland, Inquisition et Société au Portugal. Le cas du tribunal d’Évora 1660-1682, Paris, Ed. Centre Culturel Calouste GulbenKian, 2001
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 14.08.1654

Pai: Diogo Rodrigues de Mesas

Mãe: Maria Soares da Silva

Proveniência: Évora

Seu pai, Cantor na Sé e mercador na Praça do Peixe, era também procurador geral do assento. Disse estar concertado com as religiosas, para no mosteiro meter as filhas, "(...) Isabel Soares que se ade chamar Isabel Maria e a Lucia de Mesa que outrossim se ade chamar Luiza Ilena". Fl. 3

Doou ao mosteiro, além dos dotes, 100.000 réis em dinheiro, de que fazia graça ao cenóbio para suas necessidades. Em documento de 1656, dois anos depois da entrada das duas filhas, a mulher morreu, e são feitas partilhas pela morte da mãe; além das duas monjas em Cástris, o casal tinha mais 7 filhos ( Rui, 17 anos; Simão, 11 anos; João, 10 anos; Domingos, 8 anos; Catarina, 7 anos; Beatriz, 3 anos e Mariana, que morrera já depois da mãe). A Isabel Maria da Silva (nome no mosteiro de Isabel Soares), na altura já professa com 16 anos, nada coube, pois o dote entrou em colação; a sua irmã Luísa Helena, na altura com 9 anos, o pai entregou ao Procurador do mosteiro 426.933 réis em dinheiro.

Em 1657, entrou no mosteiro outra irmã, Catarina Francisca, e foram as três alvo de processo inquisitorial e condenadas por práticas judaicas; alguns dos irmãos morreram no cárcere da Inquisição ou em autos-de-fé.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-2, doc. 17; B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 410v.

Michèle Janin-Thivos Tailland, Inquisition et Société au Portugal. Le cas du tribunal d’Évora 1660-1682, Paris, Ed. Centre Culturel Calouste GulbenKian, 2001.
Cantora

Proveniência: Lisboa

Era religiosa conversa. Morreu em 1663, com 17 anos, e 10 anos de hábito. “(…) Estando ella cantando, e o fasia com mta. Gala e graça. Vesperas da Natividade da Senhora; como se lhe dessem o que vulgarmente chamão quebranto,mas este quebranto foi feliz, vio M.e Luzia de Mira, de quem despois q chegandose à musica o Evangelista amado a ungia, como para morrer. (…)”.

Fonte: B.P.E., COD. CXXX/1-11, P. Manuel Fialho, Évora Illustrada, Tomo IV, 1ª Parte, Fls. 29v., 30.
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 03.08.1657

Pai: Diogo Rodrigues de Mesas

Mãe: Maria Soares da Silva

Proveniência: Évora

Apresentam as religiosas e os padres licença do Abade Geral, Frei Vivardo de Vasconcelos, dada no mosteiro das Recolectas Descalças da Nazaré de Lisboa, a 20 de Julho de 1657, para aceitação da noviça. O dote foi dobrado, bem como as propinas, somando tudo 956.000 réis, ficando reservadas heranças e legítimas. Se não professasse, o mosteiro devolveria 750.000 réis.

O pai, Procurador do Assento, tudo pagou na altura, sendo o montante do dote a título de empréstimo e à razão de juro de 5%, para comedia da noviça enquanto não professasse. A mãe já falecera (no contrato das irmãs ainda vivia. Diogo Rodrigues de Mesas obrigou todos os bens e: " (...) em especial disse que obrigava toda a sua tersa com declaração que a geral hipoteca não deRogue a especial nem pello contrario.(...)".

Já tinha duas irmãs no mosteiro, Isabel Maria da Silva e Lúcia de Mesas, e foram as três alvo de processo inquisitorial e condenadas por práticas judaicas; alguns dos irmãos morreram no cárcere da Inquisição ou em autos-de-fé.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-1, doc. 19; B.P.E., Cód. CXXXI/2-5, Fl. 340

Michèle Janin-Thivos Tailland, Inquisition et Société au Portugal. Le cas du tribunal d’Évora 1660-1682, Paris, Ed. Centre Culturel Calouste Gulbenkian, 2001.
Cantora e tangedora de harpa

Data de entrada no mosteiro: 24.07.1660

Pai: Bartolomeu Jorge

Mãe: Maria Pegada

Proveniência: Évora

A Abadessa apresenta Licença do Reverendíssimo, o Dr. Frei Gabriel de Almeida, Lente de Prima Escrita da Universidade de Coimbra, dada em Alcobaça a 14 de Julho de 1660: "(...) por dote de sento e cinquenta mil reis que o mais lhe quitou o convento por ser musica e necesaria pera o serviço do coro.(...)" As religiosas aceitam os 150.000 réis de dote e propinas, com condições: "(...) que a dita futura noviça tangera e cantara todas as veses que pela obediencia lhe for mandado sem contradisão ponha e elle bertolameu Jorge seu pai sera obrigado a encinar assim a cantar como a tanger os instromentos que Ele sabe a todas as Relegiosas do dito mosteiro que quiserem aprender sem por isso levar nem lhe dar interesse algum sob pena que não o fasendo assim se chamara outro mestre para o mesmo effeito e ser paguo per conta e a custa do dito bertolameu.(...)".

O pai, Bartolomeu Jorge, tocava baixão na Sé de Évora. Segundo o que estabelecia o contrato, o dote (que consta em notarial no ano anterior à entrada) foi reduzido por serem reconhecidos os conhecimentos da futura religiosa em música e a necessidade do mosteiro nesse domínio, tal como que o pai ficava obrigado e ensinar a cantar e a tocar todos os instrumentos que sabia tocar à restante comunidade religiosa.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 361v. A.D.E., Notarial 827, fl. 228.
Cantora e música de viola d’arco

Data de entrada no mosteiro: 24.07.1660

Pai: Francisco Moreira

Mãe: Maria Gonçalves

Proveniência: Évora

A Abadessa apresentou Patente do Padre Geral, Frei Gabriel de Almeida, dada em Alcobaça a 14 de Julho de 1660, em que dá Licença para se tomarem as duas irmãs - Isabel e Maria Moreira - para noviças: "(...) por mil cruzados entrando dote e entradas que o mais se lhe quitou no convento Respeitando serem musicas e necesarias pera serviço do mosteiro no menisterio do Coro.(...)". As religiosas aceitam as noviças: "(...) as quais serão obrigadas enquanto viverem a cantar e tamger orgão e viola darco todas as veses que pela obediencia lhes for mandado.(...)".

A religiosa tocava viola d’arco, tal como a irmã, Maria Moreira, que entrou para o mosteiro no mesmo dia.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-27, Fl. 363
Cantora e música de viola d’arco

Data de entrada no mosteiro: 24.07.1660

Pai: Francisco Moreira

Mãe: Maria Gonçalves

Proveniência: Évora

A Abadessa apresentou Patente do Padre Geral, Frei Gabriel de Almeida, dada em Alcobaça a 14 de Julho de 1660, em que dá Licença para se tomarem as duas irmãs - Isabel e Maria Moreira - para noviças: "(...) por mil cruzados entrando dote e entradas que o mais se lhe quitou no convento Respeitando serem musicas e necesarias pera serviço do mosteiro no menisterio do Coro.(...)". As religiosas aceitam as noviças: "(...) as quais serão obrigadas enquanto viverem a cantar e tamger orgão e viola darco todas as veses que pela obediencia lhes for mandado.(...)".

A religiosa tocava viola d’arco, tal como a irmã, Isabel Moreira, que entrou para o mosteiro no mesmo dia.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-5, Fl. 363
Música

Pai : Luís Mendes

Proveniência : Évora

Francisca era filha de Luís Mendes, músico na Sé de Évora, e natural da cidade. A religiosa morreu em 1677, depois de ter estado 30 anos no mosteiro. (...) Coroa ultimamente a todo esse choro de anjos outra música, quase que por sangue, porque filha do celebre músico desta Santa See Luís Mendes: já se conhece a sua pátria: era ella Me. Francisca da Costa que no mesmo ano de 1677 com 30 de religião sobio de ponto a cantar nos choros celestiais acompanhando ao divino cordeiro seu Espozo: lá se goza e alegra mais de sua música; infinitamente mais do que cá alegrava, recreava e levava aos que a ouviam. (…)”

Fonte: B.P.E., COD. CXXX/1-11, P. Manuel Fialho, Évora Illustrada, Tomo IV, 1ª Parte, Fl. 38v
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 15.01.1673

Pai: António Lopes

Mãe: Inácia Domingues

Proveniência: Gama (Mora)

O contrato de dote tem o treslado da Patente de Frei António Brandão, dada em S. Bento de Cástris a 12 de Janeiro de 1673. Catarina Madalena entra no mosteiro pra religiosa de véu branco (ou conversa), estando já anteriormente recolhida no mosteiro, com dote reduzido (50.000 réis), por, diz a Licença: "(...) ter Vos sufisiente pera ajudar a Cantar no Coro do ditto nosso Conventto e nesesite elle de voses pera lovar a deos(...)". Fl. 7 As religiosas aceitam, tendo-a também já posto a votos, com a condição que: "(...) Catarina Magdalena seja obrigada a vir Cantar ao ditto Coro todas as veses que pera esse efeito a chamarem não tendo impedimentto algum salvo quando estivese doente e não querendo acim fazer não tendo cauza bastante de doensa que a impida se lhe não dara propinas nenhumas que o Convento costuma dar as mais Relegiozas porquanto a aseitavão pelo dote de cincoenta mil reis por ser pobre e ter prestimo de Cantar pela qual Resão lhe fiserão quitta."

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-4, Fl. 6.
Harpista

Data de entrada no mosteiro: 23.03.1674

Pai: Bartolomeu Mourato

Mãe: Graça Gomes

Proveniência: Arraiolos

É tresladada no contrato de dote a Licença de Frei António Brandão, de 2 de Março de 1674, dada no Desterro, segundo a qual ela poderia entrar no mosteiro com dote reduzido de 130.000 réis, entrando no dote as propinas, visto ser música. As religiosas aceitam, depois da Licença do Abade e tendo já tomado votos: " (...) por ser arpista e tangedora d'arpa." Nunca se poderia recusar a tocar, salvo por doença que a impedisse.

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-4, Fl. 17v.
Organista

Data de entrada no mosteiro: 25.01.1678

Pai: Bartolomeu Mourato

Mãe: Graça Gomes

Proveniência: Arraiolos

A noviça era irmã de Maria do Sacramento, que entrara no mosteiro 4 anos antes. A Abadessa apresenta Patente do Padre Geral, Frei Sebastião de Sottomayor, dada em S. Bento de Cástris em 11 de Dezembro de 1677, para aceitar a noviça por dote de 400.000 réis, fora propinas e entradas, mas: "(...) E visto Levar Deus pera Sim a organista desta casa e não haver quem tanja o orgão E sermos informados que a ditta Isabel Cecília de São Bernardo he destra Em tanger orgão E ser precisamente necessaria pera o officio divino a sua aseitação damos N.ª Licença a Madre Abadesa E convento pera que do ditto dote lhe fazerem toda a quita que lhe pareser.(...)".

Em votos secretos, e depois da Licença, as religiosas aceitam a noviça por dote de 160.000 réis, entrando neles as propinas e ordinárias, sendo sempre obrigada a tocar, salvo se estivesse doente: "(...) Dizendo mais ella Reverenda Abbadesa Prioresa E discretas e Rev.ºs Padres Confessor e feitor que nesta forma aseitavão a dita futura noviça pella ditta quantia de cento E sessenta mil reis por dotte e propinas pella mesma ter a parte de tanger orgão; o qual instromento sera obrigada a tocar enquanto viver no dito convento sem a isso dar escusa alguma, salvo a doensa que a impida."

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-4, Fl. 27
Organista

Data de entrada no mosteiro: 25.08.1703

Pai: Manuel Lopes da Mata

Mãe: Catarina da Ressurreição

Proveniência: Évora

Os pais eram moradores na cidade, na Praça, junto à Rua Nova; ele era mercador. O contrato de dote tem o treslado da Patente do Padre Geral, Frei Pedro de Lencastre, dada em Alcobaça em 20 de Agosto de 1703, em que dá licença para receber a noviça por organista, daí a redução no dote (170.000 réis).

Fonte: B.P.E., Cód. CXXXI/2-3, Fl.27v.
Cantora e organista

Data de entrada no mosteiro: 10.03.1792

Pai: José de Mira

Mãe: Não identificada

Proveniência: Évora

Entra no mosteiro como menina do Coro, estando presentes seus pais. Disseram as religiosas ter necessidade de "(...) huma organista que ajudasse o Coro tocasse e cantasse nelle por não haver no ditto Mosteiro mais do que huma ficando por isso quasi suspensos os Officios Divinos por qualquer empedimento que a mesma tivesse.(...)"

Tinham exposto a necessidade ao Padre Geral, que tinha dado Licença para a aceitarem como menina do Coro, com algumas condições: - Serviria o Coro, a tocar e cantar quando fosse preciso; - Ensinaria Religiosas e Educandas que quisessem aprender e que eram obrigadas a isso, segundo as Leis da Ordem; - Por isso, se lhe não levaria Piso e propinas do costume; - "(...) Que havendo licença de Sua Magestade para aseitasão de Novissas querendo ella ser Monja professa no mesmo mosteiro este a aseitara sem dote algum obtendo Licença do Reverendíssimo.(...) E guardará a Clauzura do Mosteiro e violandoa ou sahindo della sem licença no mesmo não podera entrar outra ves vivendo e trajando segundo o uzo e costume das mais Educandas pena de que o não fasendo assim ser lansada fora do dito mosteiro sem que para sua concervasão lhe haja de valer qualquer condição deste contrato.(...)Fl. 97v.

Treslada-se a Petição que a Abadessa faz ao Padre Geral, em que revela a necessidade de organista, dizendo que a secular é muito prendada e que queria entrar com a condição de lhe deitarem o hábito sem dote; por haver mais comunidades interessadas nela, pede a Licença, que segue assinada por toda a comunidade, na altura 35 religiosas (33 assinam, mais a Prioresa e subprioresa).

O Padre Geral dá Licença, no Desterro, em 28 de Fevereiro de 1792: "(...) e isto emquanto não houver Licença de sua Magestade para se aseitarem Novissas e em a havendo querendo ella ser monja professa e concentindo a Comonidade se obrigara o Mosteiro a aceitala sem dote precedendo primeiro Licença ou provizão nossa ou de nossos sucessores cujas obrigaçoens se devem estipular por escritura pública.(...)

No fólio a seguir está uma Escritura de entrada de Maria Felizarda para noviça sem dote; o pai disse estar concertado com as religiosas para que ela assim entrasse no noviciado, depois de ter alcançado Provisão de Licença do Padre Geral, Frei Francisco Leite, mestre graduado em Sagrada Teologia, dada no Desterro a 29 de Agosto de 1792, e que sucedera a uma Permissão Régia.

As condições da primeira escritura eram ratificadas, pois Felizarda, segundo as Religiosas se conduzira: "(...) com boa indole e Louvavel procedimento e se propusera a votos afim de poder entrar no Noviciado e sahira aseita por toda a comunidade.(...)"

Fonte: B.P.E., Livro 10 Fundo S. Bento, Fls. 97 e 99v.
Cantora

Data de entrada no mosteiro: 14.06.1815

Pai: José António Delgado

Mãe: D. Pulquéria Rosa Delgado

Proveniência: Évora

O contrato de Felícia Augusta é feito com sua tia, a R.ª Me. Felícia Maria Delgada, religiosa no mosteiro. Os pais da futura noviça tinham obtido: "(...) licença da meza do Milhoramento para entrar no seu Mosteiro sem dote e propinas onde actualmente já se achava.(...)". Porém, a tia, já tinha Licenças do Prelado e do Ilustríssimo Geral, na altura em Arouca, para a dotar; o dote seria restituído se não professasse. A comunidade dera Licença para a Reverenda gastar 2000 cruzados com a sobrinha pobre (dote e propinas), sendo isto declarado no documento pela Cantora-mor, D. Maria Felizarda.

Fonte: B.P.E., Livro 7 Fundo S. Bento, Fl. 25
Cantora e organista

Data de entrada no mosteiro: 26.07.1825

Pai: José Rodrigues

Mãe: D. Mariana Angélica

Proveniência: Não indicada

D. Francisca, educanda no mosteiro, faz contrato perpétuo de Cantora e Organista. Dizem as religiosas que:

"(...) tendo o seu Mosteiro necessidade de huma Cantora e organista para melhor servisso do Coro e officios Divinos e sendolhe prohebido fazer aceitação de algumas pertendentes por dote Ou prestação se tenhão resolvido aseitar sem a mesma a D. francisca Angelica que se queria obrigar em toda a sua vida emquanto suas forças e saude lhe permitir a tocar órgão cantar no Coro e ensinar o que souber aquellas Relegiozas que com ella queirão aprender e a aseitão por Menina do Coro.(...)". Tinham as religiosas Licença do Padre Geral. Sendo ela recolhida, tinha recorrido ao Rei, através da Junta de Exame do Estado Actual e do Melhoramento Temporal das Ordens Religiosas, para poder ser admitida no noviciado e poder professar; relata que a sua experiência como educanda e Menina do Coro a levaria a optar pela vida religiosa. É passada Provisão Régia, por D. João, Rei do Reino Unido de Portugal e do Brasil, em que faz saber ao Abade que deu ordens à Abadessa para a receber para noviciado, através dos Ministros das Juntas, dada em Lisboa a 27 de Junho de 1825. O Padre Geral, no Desterro, Frei António Tudela, diz que se execute a provisão, em 14 de Julho de 1825.

Entra, pois, sem dote nem propinas.

Fonte: B.P.E., Livro 7 do Fundo de S. Bento, Fl. 40v.
Cantora e organista

Data de entrada no mosteiro: 29.11.1830

Pai: Incógnito

Mãe: Incógnita

Proveniência: Montemor-o-Novo

Entrara no mosteiro com 7 anos, como Menina do Coro; até aos 15 anos, tinha-se comportado bem, altura em que entrara no noviciado e: "(...) achandose proxima a fazer sua Profição tendo neste tempo aprendido a tocar órgão e a cantar em que se acha suficientemente instruída e sendolhe prohibido aseitar semelhantes com dote e propinas como as mais religiosas costumão a dar por isso a aseitavão sem prestasão, Dote e propinas mas com estas condicoens Que sera obrigada a sempre tocar o orgão, e Cantar no Coro em todos os dias de sua vida e a emsinar aquellas religiosas que quizerem aprender ou alguma Popilla não se inzentando de o fazer salvo por molestia.(...)"

É tresladada a Provisão do Padre Geral, Frei José Doute, dada no Desterro a 4 de Março de 1829, para que Maria da Conceição pudesse professar sem dote, ficando obrigada a cantar no Coro, tocar órgão e ensinar as religiosas que quisessem aprender. O contrato foi realizado na presença da Presidente in capite, Me. D. Josefa Máxima Guerreiro.

Fonte: B.P.E., Livro 7 do Fundo de S. Bento, Fl. 48